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Abuso pode começar de forma sutil e evoluir para agressões graves; identificar sinais é o primeiro passo para buscar ajuda
No Brasil, milhares de mulheres vivem relacionamentos que, por fora, parecem estáveis, mas, por dentro, escondem um ciclo de controle, medo e dor. Muitas não carregam hematomas visíveis, mas sofrem com marcas profundas deixadas por agressões psicológicas, financeiras e sexuais. É nesse contexto que o Agosto Lilás ganha força: o mês é dedicado a quebrar o silêncio e mostrar que a violência contra a mulher vai muito além da agressão física.
Segundo a psicóloga Simone Cougo, professora da Estácio, os sinais mais comuns envolvem violência psicológica, como ciúmes excessivo, críticas constantes, chantagens, controle sobre roupas, redes sociais e rotina da vítima. O isolamento social, em que o agressor procura afastar a vítima de familiares e amigos, também é frequente. “Em geral, a agressão começa de forma sutil e se intensifica gradualmente. O agressor alterna momentos de violência com gestos de carinho, criando confusão emocional e gerando o ciclo da violência. Estereótipos românticos, como considerar que ‘ciúmes é amor’, dificultam que a vítima perceba o controle como algo nocivo”, explica.
Esse chamado “ciclo da violência” se repete em três fases: a de tensão, quando surgem sinais de irritação, críticas e agressões verbais; a de explosão, marcada por atos de violência — que podem ser psicológica, física, sexual ou patrimonial; e a de reconciliação ou “lua de mel”, quando o agressor pede desculpas, promete mudar e retoma as demonstrações de afeto. “A vítima acaba permanecendo na relação por dependência emocional, por esperar que o agressor mude ou por dependência financeira. Muitas vezes, há também pressão social ou familiar para manter o relacionamento”, afirma.
As consequências emocionais e físicas são profundas. Entre elas, Simone cita o desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão, baixa autoestima, estresse pós-traumático, sentimento de culpa e vergonha. “No longo prazo, isso pode gerar dificuldade para estabelecer relações de confiança, problemas no ambiente de trabalho, baixa produtividade, absenteísmo e até doenças físicas relacionadas ao estresse crônico, como dores persistentes e problemas cardiovasculares”, detalha.
O abuso financeiro é outro aspecto silencioso e devastador. Ele pode vir com o controle absoluto dos recursos do casal, a falta de diálogo sobre gastos ou o uso do dinheiro sem consentimento. Em casos mais graves, documentos e bens pessoais são escondidos ou destruídos. O agressor também pode usar os filhos como instrumento de chantagem. “O controle não é só sobre o dinheiro ou a rotina, é sobre a vida da vítima como um todo. Ela passa a depender dele para tudo”, ressalta Simone.
Para romper esse ciclo, a rede de apoio é fundamental. “Família, amigos, colegas de trabalho e instituições podem oferecer suporte emocional, orientação jurídica, acesso a abrigos e serviços sociais, além de ajudar na elaboração de um plano seguro de saída do relacionamento abusivo”, aponta. Nesse sentido, o Agosto Lilás reforça o papel de canais de denúncia e proteção, como a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que funciona 24 horas por dia, gratuitamente, oferecendo informações sobre leis e direitos, localizando serviços especializados e encaminhando denúncias. O canal também pode ser acionado pelo WhatsApp, no número (61) 9610-0180. Em casos de risco iminente, o contato deve ser feito pelo 190.
Políticas públicas
No Mato Grosso do Sul, novas políticas públicas reforçam essa rede. O programa Protege, lançado em agosto de 2025, oferece apoio social e financeiro às mulheres em situação de violência, incluindo pagamento de um salário mínimo mensal por até um ano, auxílio de R$ 6 mil para mobiliar o lar, matrícula dos filhos em escolas próximas, capacitação profissional e encaminhamento para o mercado de trabalho. Também prevê a reestruturação das Casas da Mulher Brasileira e das Salas Lilás no estado.
Para Simone Cougo, a conscientização precisa ser contínua. “Campanhas como o Agosto Lilás ajudam a divulgar a Lei Maria da Penha, a incentivar a denúncia e a divulgar ONGs e coletivos de apoio. Mas é preciso ir além: educação sobre igualdade de gênero desde cedo, treinamentos para profissionais da saúde, educação e segurança pública, ampliação de canais de denúncia anônima e campanhas permanentes. Não basta falar sobre violência só em agosto”, conclui.
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